A origem e a diversidade dos sotaques brasileiros

“Gigante pela própria natureza” é, provavelmente, uma das frases que melhor descrevem o Brasil.
Um país de dimensões continentais e um povo diverso, vindo de centenas de lugares do mundo.
Não é à toa que toda essa diversidade é espelhada também no modo como falamos nosso idioma!
Os sotaques indicam de qual região um brasileiro é e podem ser difíceis de entender até por outros nativos do país. Aliás, isso não varia apenas de região; prova é a diferença entre cariocas e paulistas, ambos do Sudeste, mas bem distintos entre si.

Como surgiram tantos sotaques?

Antes da colonização portuguesa, os nativos das nossas terras falavam mais de 1200 idiomas. O que devíamos nos perguntar, na verdade, é como foi possível transformar tudo isso em um só! Quando os colonizadores e os indígenas se encontraram e o português foi sendo implantado, houve dificuldades de pronúncia em alguns casos. Por exemplo, o “r de caipira”, como conhecemos hoje, veio das tentativas de indígenas de aprender a nova língua.

Mais tarde, entre os séculos 19 e 20, a chegada de imigrantes alterou ainda mais o modo de falar dos brasileiros. Italianos, franceses, ingleses, japoneses e muitos outros estrangeiros se espalharam por algumas regiões e trouxeram suas respectivas formas de dialogar.

Vale dizer que, apesar do contexto histórico explicar muito sobre nossos sotaques, ainda não explica tudo. Outras variáveis, como classe social, escolaridade e velocidade da fala também alteram a pronúncia. Um ótimo exemplo é a presença do “i” em palavras como “arroiz” ou “nóis”, que não tem uma origem definida.

Os sotaques mais populares

Alguns sotaques brasileiros são reconhecidos facilmente. É o caso do “chiado” carioca, que surgiu do encontro com inúmeros dialetos africanos falados pelos escravos durante a colonização. O som de “sh” presente no meio e no fim das palavras é o que mais define o Rio de Janeiro nesse sentido.

Já em São Paulo, o “s” não é puxado, mas o “r” é. E era ainda mais! Antes dos imigrantes europeus, esse detalhe no sotaque paulista vinha dos idiomas indígenas que citamos lá em cima. O mesmo vale para estados como Paraná, Santa Catarina, Minas Gerais e outros que fizeram parte do percurso dos bandeirantes.

Em Curitiba, a atração de imigrantes ucranianos e poloneses fez com que a cidade fosse obrigada a ensinar a pronúncia de vogais com mais cuidado, já que os idiomas desses locais não possuem vogais. Daí veio o famoso “leiTE quenTE”, que também foi para outras províncias.

Os escravos, os indígenas, o enorme vai e vem de imigrantes e os colonizadores transformaram o Brasil na mistura de sotaques que é hoje. E isso é incrível! Nossa variação linguística é tão ampla quanto nossa cultura. É por isso que o Brasil é um país para se conhecer bem mais do que uma só vez.

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