Kongeriket Norge (Reino da Noruega)
Com apenas 5 milhões de habitantes, a Noruega, além das belíssimas paisagens naturais e ótima qualidade de vida, agora está tornando-se um dos melhores países do mundo para um escritor trabalhar e viver apenas das suas obras.
Há um investimento governamental para que as coisas aconteçam e os escritores tenham suas obras valorizadas e exportadas, como podemos ver nessa reportagem do El Pais, e que já mudariam muita coisa na cultura à leitura da literatura brasileira contemporânea se apenas 3 desses “benefícios” fossem concedidos aqui em terras brasucas, por exemplo:
- Um autor iniciante pode sonhar em viver apenas da escrita, porque há bolsas-salário de até 25 mil euros por mês (equivalente a R$ 92.700,00 por ano que dá quase R$ 8 mil reais por mês!) Obviamente, lá o custo de vida é muito alto, bem provável que esse auxílio seja suficiente para sobreviver.
- Publicar lá é bem menos arriscado que em qualquer outro país. O governo tem um programa anual de aquisição de livros para bibliotecas, comprando mais de 700 livros de ficção e em média 1550 livros de literatura infantil e juvenil de uma tiragem de até 2500 livros de cada autor.
- E o mais importante de tudo: existe um respeito reverencial pela cultura e pelo criador. E toda essa veneração é mostrada na economia do país onde 1,44 bilhão de euros foi destinado à Cultura nesse ano de 2017, sendo que desse total, 85 milhões foi para o setor dos livros. Que não sofreu quase nada com a crise, devido às produções de qualidade no país e na fácil expansão pelo mundo que o governo oferece às obras de seus autores.
Obviamente estamos falando de um país menor e que já vem carregando um gene de educação com mais qualidade e mais distribuição de cultura, porém o Brasil precisa investir muito muito muito mais nesse tipo de coisa para que comece a modificar as perspectivas de suas população.
A Literatura Norueguesa
A literatura da Noruega não se resume ao livro “O Mundo de Sofia”. Desde seu período independente, iniciado em 1905, a Noruega recebeu o prêmio Nobel de Literatura duas vezes.
Dos contemporâneos, arriscamos dizer que Jostein Gaarder e Karl Ove Knausgård são os mais conhecidos mundialmente. Com a publicação de “O Mundo de Sofia” em 1991, livro traduzido em mais de 50 idiomas, Gaarder se torna um dos escritores noruegueses mais lidos no mundo.
Karl Ove Knausgård
Começou a publicar em 1998, mas explodiu com a série Minha Luta, uma das mais ousadas experiências narrativas recentes e uma verdadeira epopeia da banalidade. O texto é um romance que parte da matéria biográfica do próprio escritor e espalha sua narrativa por 3,5 mil páginas em que nada de muito maior acontece a não ser as fraquezas e incertezas de um homem comum e brutalmente honesto no striptease de seus defeitos.
A série começou a ser publicada na Noruega em 2009, quando Knausgård recém havia passado dos 40 anos e já tinha publicado um par de romances de boa recepção crítica, mas parco sucesso de vendas. O primeiro volume, A Morte do Pai, transformou o autor em best-seller internacional, em uma espécie de astro do rock.
Para quem se interessa muito pela arte de escrever e quais as dificuldades que um escritor pode ter, a Universo recomenda a leitura de “A Descoberta da Escrita”, quinto volume da série “Minha Luta”, quando Knausgård narra a batalha para se tornar esse escritor.