Renascimento de idiomas antigos e o homem que está por trás disso!

Já ouviu falar em linguicídio? Que tal renascimento de idiomas antigos?

Famosa por sua biodiversidade, a Austrália tem uma série de animais em extinção, inclusive o famoso Diabo da Tasmânia. O que muitas pessoas não sabem é que os animais não são as únicas riquezas que estão desaparecendo do país.

Com 250 idiomas antigos, a Austrália costumava ser um dos países mais ricos em dialetos do mundo! Pode-se dizer que a sua localização contribuiu para que muitas línguas desenvolvessem estruturas gramaticais distintas, se comparados com os idiomas ao redor do mundo, fazendo que entrassem em desuso.

A palavra “canguru” teve origem da língua chamada Guugu Yimithirr, nativa no norte do Estado de Queensland. Mas, segundo o Censo australiano de 2016, ela está em vias de ser esquecida, com apenas 775 falantes nativos vivos. Isso sem falar que das 250 línguas faladas 237 estão em extinção.

Contudo nem todos estão conformado com a situação. O professor de linguística Ghil’ad Zuckermann está empenhado em ressuscitar idiomas antigos de diferentes regiões deste país, com o intuito de trazer a comunidades indígenas a possibilidade de recuperar sua identidade.

Importância da diversidade linguística

Para Zuckermann as pessoas reconhecem a importância da extinção dos animais porque trata-se de algo tangível. Como o idioma é algo abstrato não conseguem compreender como fazem a diferença na vida de uma comunidade, principalmente as indígenas.

Muitos povos ainda sofrem com os rastros da colonização e lutam para reencontrar sua identidade. A possibilidade de falar sua língua ancestral seria uma forma de reconstruir a cultura desses povos e amenizar as consequências, recuperando assim a saúde mental dessas comunidades.

Filho de um sobrevivente do Holocausto e professor de linguística em Israel, Zuckermann não demorou para perceber o impacto positivo que o renascimento e o fortalecimento das línguas e culturas aborígenes poderia ter para o mundo. A partir daí criou o campo transdisciplinar chamado “Revivalistics”, que visa apoiar a sobrevivência, renascimento e revigoramento de línguas ameaçadas de extinção em todo o mundo.

Renascimento de idiomas antigos

A partir de oficinas de renascimento linguístico, Zuckermann reúne os nativos de uma região para que juntos possam lembrar de palavras pertencentes aquele idioma que desejam trazer à vida. Isso depois que ele realiza uma pesquisa minuciosa por escritos, livros e até dicionários. O segundo passo é promover debates para adaptar certas palavras, para que sejam mais apropriadas aos dias de hoje.

Como resultado, se tem uma língua que renasce sendo mais próxima da sua de origem. Mesmo passando a ser um idioma híbrido, a comunidade ao qual ele pertence sente muito orgulho em poder falar novamente o seu idioma nativo. Para Zuckermann “o hibridismo resulta em nova diversidade linguística.”

Linguicídio: o assassinato de uma língua!

Reconhecido pelas Nações Unidas como uma das 10 formas de genocídio, o linguicídio é o assassinato de uma língua. Mais sério do que possa imaginar, na Austrália as línguas aborígenes começaram a desaparecer no século 20, quando o governo australiano retirava as crianças de suas famílias e às obrigada a aprender outro idioma, o inglês.

Zuckermann defende que existem três razões para se lutar pelo renascimento de idiomas antigos. A primeira é que por questões éticas e morais, como uma forma de corrigir os erros do passado, visto que grande parte das línguas que estão desaparecendo no mundo foi decorrente de uma imposição como a que ocorreu na Austrália, com a justificativa de acabar com a diversidade linguística e socializar os nativos com maior rapidez.

Em segundo, o professor argumenta que trata-se de “cultura autonomia cultural, soberania intelectual, espiritualidade, bem-estar e alma”. Que ao reviver seu idioma nativo, o povo recupera sua alma, e com isso sua saúde física e mental melhoram consideravelmente, reduzindo o estresse e a depressão. Por último, ele acredita que a diversidade tem uma beleza incomparável.

O que você acha do trabalho do professor Zuckermann ? Nós da Universo Traduções somos a favor do renascimento de idiomas antigos.

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